quinta-feira, 5 de maio de 2011

Meu egoísmo


Quem eu achava que seria meu grande aliado acabou se tornando meu inimigo ferrenho – O TEMPO. O tempo em sua primazia tornou palavras de esperança uma resposta embasada no sofrimento e agonia. Eu até imaginava que isso me faria bem, pois o sofrer ensina e faz a dor doer menos do que a ferida que aberta jazia.
Esse tempo descabido acrescentou ao fardo que já estava pesado o desalento de uma vida, que até despercebida repousava em seu sono de alento. Pobre de mim, que entregue a ti, alimentou o ego inflado dos meus pensamentos. Meu erro maior foi pagar um preço alto diante do teu prefácio, que se fez presente no silêncio da recusa.
O meu amor ganha ares desproporcionais à minha razão porque não passo de um egoísta. Ouvi isso de um sábio, que pela simplicidade do seu tom não mensurou na essência o tamanho e o poder desta verdade. Verdade essa que se tornou absoluta na minha prática, quando o que até então na teoria não existia.
Eu acreditava que te amava em utopia, mas a concreta e dolorosa verdade dita anteriormente, me fez crer que esse sentimento nada mais é do que a busca incessante para o alimento da minha alma. A minha felicidade só tem sentido com você estando ao meu lado e por isso te busco sem medo de ser insistente e até certo ponto invasivo.
Te amo tão racionalmente que não suporto sequer imaginar que está sofrendo. Te amo tão racionalmente que trocaria o meu coração sarado pelo teu que é enfermo. Te amo tão racionalmente que abdicaria minha morada, em uma forte tempestade, para que ela te sirva de abrigo. Tudo isso em troca da tua atenção e em troca do teu carinho. Isso me traria regozijo e aquilo o que em mim é vazio seria preenchido pelo que me apetece.
Minhas palavras perdem a força quando não te convenço disso e o meu ego inflado afrouxa em decepção. Decepção comigo mesmo, porque não fui sábio o suficiente para tornar o meu egoísmo um parceiro inteligentemente e querido.

Por: Fábio do Bú

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