sábado, 8 de outubro de 2011

Não me canso do amor, não me canso de amar...


 
Há quem pense que falar de amor doa mais do que sentir o dissabor de uma súbita partida. O sofrer é só uma das faces que preenche os enlaces de tamanha magia. Possa ser que a agonia se apresente com seu sarcasmo aparente, mas ela logo se afugenta; pois não há dor maior que não dure mais do que uma vida inteira.
O amor requer entrega, paixão, desejo e até desdenho. Quem ama se perde em si e se encontra no outro. As pernas estremecem e o suor faz as mãos brilharem, como o brilho de um olhar refletindo o amarelo das estrelas. A tristeza só se avizinha quando o outro não se encaixa, fazendo o prazer perder a graça e o bem-querer se dissipar como num vento a pairar na aurora adormecida. Mesmo assim amo.
Sentir o amor de verdade é o mesmo que tocar o dedo de Deus. É correr para o abraço que afaga, que protege, que acolhe, que sorria e que transcende em entendimento. É trocar o bom pelo melhor e o melhor pelo tudo. É esquecer a volta e dar uma volta pelo mundo em poucos segundos. É gostoso, é simples, é humano, é possível. Simplesmente É.
Podem vir o sofrer, o desdenho e a agonia, desde que me tragam o frisson, o carinho, a troca e a euforia do amor. Andar junto pode ser complicado, mas nada mais prático do que o treino forçado, cujos poros exalam em tom de suor a essência do prazer. Posso até querer parar um pouco para descansar, mas não me canso do amor, não me canso de amar...
  
Por: Fábio do Bú.

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