sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A queda da bicicleta


A infância é um mágico período de nossas vidas, onde tudo se torna muito bonito ou muito feio em poucos instantes. Afinal, temos como principal parceira a inocência. Como vocês já sabem, eu tenho um irmão mais velho, ele tem precisamente três anos a mais do que eu.
Meus pais não tinham condições financeiras suficientes para comprar uma bicicleta para cada um, sonho de consumo na época. A solução foi comprar uma única bicicleta para os dois. Consigo me lembrar dela como se fosse hoje, era mediana para que servisse tanto pra meu irmão quanto pra mim, na cor lilás, tinha rodinhas auxiliares e o mais perigoso equipamento de todos, o freio era apenas na roda da frente.
Os irmãos mais velhos sempre são os grandes heróis para os mais novos, concordam? Ainda são na verdade. Como eu tinha cinco anos e meu irmão já iria fazer oito ele chegou pra mim e disse que eu já era crescido e já saberia andar na bicicleta sem as rodinhas auxiliares. Ai meu Deus, se eu soubesse... rsrs
Confiei inteiramente nele, seria esse mais um sinal que era autônomo pra tomar minhas decisões, mas dependente de qualquer forma. Disse a ele que poderia tirar as rodinhas. Muito contente ele ficou por poder andar livremente sem aquelas rodinhas chatas para atrapalhar. Apenas um detalhe: ele já sabia andar sem elas, eu não.
Ele mo colocou no início da rua que moramos até hoje. Outro detalhe: é uma ladeira rs. Disse que seria mais fácil aprender a andar de bicicleta se eu tentasse. Resolvi tentar. Pois bem, quando ele me soltou na ladeira senti o vento bater no meu rosto, a adrenalina me excitava, mas calma, a esquina se aproximava.
Sabia como dar a partida, mas como parar a tempo de chegar na esquina de baixo? Meu irmão gritava lá de cima: - Aperta o freio, aperta o freio! Ouvi. Era a única solução. Apertei com toda a força que tinha, só não imaginava o que iria acontecer depois. Como a bendita bicicleta só tinha o freio da frente, qual a lógica? Apenas a roda da frente iria parar. Esse detalhe eu não sabia, até então rs
Fui arremessado a uma altura considerável, ainda estava sentindo o vento e a adrenalina ao qual me referi, mas tudo o que sobe tem que descer. Imaginei um confortável colchão aparando minha queda, mas rapaz, não havia colchão algum rs O tombo foi feio e ainda tenho umas pequenas cicatrizes daquele dia histórico na minha vida.
Com esta história aprendi algumas lições que trago até hoje: Mesmo a situação sendo arriscada, não devemos temer os desafios que aparecem na nossa vida, mesmo sendo uma bicicleta sem rodinhas numa ladeira. Devemos sempre confiar nas pessoas que amamos, mas tipo, as que amam de verdade, porque apesar de nos machucarmos um pouco sempre estão dispostas a nos ajudar quando caímos. Aprendi que nunca devemos apertar apenas o freio das nossas vidas bruscamente, devemos pensar mais antes de agir, afinal, palavras são sementes. Pois é, meus caros, num único instante aprendi a andar de bicicleta e a voar como um super-herói rs Ainda vou me superar, cês vão ver rsrs

Fica bem e não some visse...

Mr. Dopper!

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