segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Você troca de amigos como troca de tênis, eu não



Triste. Esta é a palavra que resume minhas emoções ao te ver. É como se cada troca de olhar fosse o momento em que decidi dizer chega. Não foi fácil, não tem sido fácil e talvez nunca será. Por isso, fujo. Estar longe me faz sossegar, não que não haja paz, apenas por não querer abrir uma ferida que está cicatrizando.
Nunca esperei de você o que estava além de suas limitações. Nunca cobrei isso. Só queria te ouvir, te dar atenção. Eu esperava todo fim de noite a sua ligação pra me contar sobre o seu dia. E a conversa ia rendendo, a hora avançava a ponto de ouvir seu “boa noite” em voz suave e já cansada. Sentia que seus olhos já estavam fechados e o silêncio trazia o sono.
Como sem querer me apeguei a você, não tinha como negar isso. Revia meus conceitos de amizade e você era um sinônimo ou talvez maior adjetivo que mesurasse isso. Ledo engano. Também como sem querer fui pego de surpresa por uma brincadeira que me faria rasgar meu coração em pedaços para alimentar a minha alma sedenta em desalento.
Tentei. Achava que passaria, mas doía mais. Meu peito ficava pequeno tamanha dor. Não entendia, chorava. Confundi a mim mesmo com suas lembranças. Falei a você, foi inútil. Parede ouvia mais e mesmo fria transpirava reações. Você calou-se como se em morte sucumbisse o que restava de bom entre nós.
 O seu “boa noite” já não me pertence, provavelmente já há uma substituição. Eu não sofro por isso. Não sofro por ter terminado. Terminou. Sofro por ter terminado da forma que terminou, sem sequer ouvir de você um adeus.
Vi você esses dias, já não havia a troca de olhar. Uma neblina nos afastava. Você não estava só. Companhia não lhe faltava. Não era eu quem estava ao seu lado. Mas e o tênis? Nem o tênis eu havia trocado. Estava esperando você aqui...
Sem mais, calo-me.
  
Por: Fábio do Bú.

3 comentários:

  1. A resposta é não... Realmente há amigos que vão e vem, mas aqueles que são verdadeiros mesmo, estes ficam sempre guardados conosco! Gostei do texto, bem expressivo.
    Um abraço!

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