sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ENTREVISTA: Eduardo Martini


             Eduardo Martini é dono de um dos currículos mais respeitados no meio artístico. Multifacetado, ele é ator, cantor, dançarino e diretor. As artes nasceram para o Eduardo como o Eduardo nasceu para as artes, eles se confundem, mostrando que talento é primordial para quem ama com toda sua intensidade sem medo de ser feliz.
            O Edu foi aluno de personalidades incríveis como Maria Clara Machado, Sura Berditchewsky e Louse Cardoso, no Teatro Tablado. Diante dos muitos cursos de dança e teatro em escolas renomadas, podemos destacar Jazz/Horton, no Alvin Aley Center Dance em Nova Iorque.
             No teatro participou de inúmeros projetos, como o musical “Quem casa quer casa”, de Martins Pena e direção de Wolf Maia e da comédia de Marcelo Saback, “Foi Ela Que Começou” – dirigida por Marcelo Saback. Este último espetáculo fez com que o Martini fosse indicado ao prêmio de melhor ator pelos prêmios Mambembe Coca-Cola.
Dirigiu textos de José Wilker, “Cinderela”; Marcelo Saback, “Branca de Neve em Chicago”; o infantil de Maria Clara Machado, “O Patinho Feio”, dentro outros. Já na televisão fez participações em novelas como “Vale Tudo” e “O Clone”, humorísticos como “Chico Total”e “Zorra Total”, além de diversos programas como o “É Show”, com Adriane Galisteu e “Programa Hebe”.

Fábio do Bú: Gostaria de te agradecer imensamente Eduardo, pela sua prontidão em conceder uma entrevista ao Blog Estrogonofis. Pra mim é motivo de imensa alegria e satisfação saber que constará nos arquivos do blog uma conversa super simpática com um dos caras mais profissionais que tive a oportunidade de conhecer, através de todos esses anos de sucesso.

            Minha primeira pergunta é justamente sobre o sucesso. Muitas pessoas têm a concepção de que o sucesso de um artista está diretamente ligado à fama. Como sabemos, na prática não é bem assim que funciona. Um grande exemplo disso são os reality shows, que produzem celebridades instantâneas que com o passar do tempo caem no esquecimento. Algumas dão certo, muitas outras não. Como você avalia o sucesso na sua carreira profissional? Quais os principais valores que precisam conter numa receita para o sucesso?

Eduardo Martini: Não existe uma receita pra sucesso. Quando eu começo um trabalho meu processo é muito assim: vejo primeiro o que eu quero falar como homem e depois vou a procura de textos. Aí acontecem as chamadas coincidências. Um amigo de um amigo te manda um e-mail errado falando de um cara que escreveu um lance ...etc etc etc... assim as coisas chegam pra mim.
Formei uma equipe grande de 14 pessoas que trabalham junto comigo. São atores e técnicos. Todos dão opinião e ai sim resolvemos montar o texto. O foco fica voltado somente para o trabalho porque se não amarmos o texto, a ideia da montagem não rola química. Ai sim... depois de tanto... as cortinas se abrem e ai só os Deuses do teatro tem  o domínio (risos).


FB: Grandes nomes te cercaram e te cercam no decorrer dos anos como, Bibi Ferreira, Wolf Maia, Jorge Fernando, Miguel Falabella, Jorge Botelho, dentro outros. Só nomes consagrados e que colaboraram para que a classe artística chegasse ao seu nível de supremacia. Podemos dizer com presteza que o seu nome está entre o deles. O que você trouxe para si em termos de aprendizado através do convívio com os grandes mestres que se fazem presente na sua vida?

EM: A paixão e o respeito que eles têm pelo trabalho. Trabalhei com grandes atrizes. Natalia Timberg – me deu a noção do valor exato de você estudar bem um texto; Dercy Gonçalves – a irreverência do tempo de comédia a jovialidade de um ato; Jorge Fernando – a comédia, o musical, o brilhar no palco como uma luz infinita. Ele é muito pra cima... sempre de bom humor, sempre fazendo piadas das coisas; o Wolf é genial na direção.
Todos foram importantes pra mim. De cada um eu tirei o que pude. Mas Bibi Ferreira quando me dirigiu me deu a oportunidade de entender o que era ser “maestro” de um ator. Foi em “Tango Bolero e tcha tcha tcha”. Ela foi genial!


 FB: Eduardo, você atua, canta, dança e também é diretor. Como sabemos, uma arte complementa a outra, mas existe um patamar entre elas ou são equivalentes? Falando sobre atuação e direção especificamente, quando você recebe um texto, quais as primeiras percepções que você tira dele?  A sua visão crítica o direciona a sentir o personagem trazendo-o à existência ou a identificação que um telespectador possa ter ao vê-lo?

EM: Eu amo o que eu faço. Eu sou tarado por teatro, pela arte de representar, por fazer TV, enfim. Quando um texto me chega às mãos eu sinto se ele me toca ou não. Sou um cara comum. Igual a qualquer outra pessoa. Se o texto, a história, o personagem me tocaram, vai tocar o espectador também. Em qualquer área que você trabalhe tem que ter uma responsabilidade com o QUERER FAZER. O resto vem! A explicação pra tanta identificação é o amor e a vontade de fazer aquilo.


FB: Uma das coisas mais gratificantes por ser reconhecido é o fato de formar opinião para uma grande massa da sociedade. Sociedade essa que sofre por inúmeras razões como, má distribuição de renda, corrupção, etc. Algumas ONG´s contam com a participação de personalidades do meio artístico para que a mobilização do terceiro setor seja suficiente para combater ou minimizar todos esses problemas. E falei tudo isso porque sei que você é super engajado em obras assistenciais, prova disso foi a sua participação na última edição da maratona social promovida pelo SBT, o Teleton. Através de sua arte muitas crianças com deficiência tiveram o seu direito a tratamento assegurado. O que te motiva a fazer parte, com tanto carinho, de projetos sociais como o citado acima?

EM: A minha paixão e respeito ao próximo. Eu não conseguiria viver bem sabendo que meu próximo esta precisando de algo. Claro que hoje faço como em aviões – coloque a máscara primeiro em você, para depois ajudar a pessoa necessitada (risos). Mas desde pequeno meus pais nos deram a oportunidade de aprender a ajudar. O Teleton é uma das coisas mais incríveis que eu conheço. Você entra na AACD e vê o resultado de um dinheiro bem administrado. Um exemplo a todos os políticos corruptos desse país. Da vergonha às vezes, de ser brasileiro. Somos citados no mundo com um dos países mais corruptos. Isso é chato né? (risos) Mas ninguém faz nada para mudar isso... aff... Tinham que mudar a cultura e a educação.


 FB: Trabalhar com Adriane Galisteu, Ratinho e a rainha da televisão brasileira, a Hebe Camargo é um privilégio para poucos. E você é um dos privilegiados! Eu me recordo que a própria Hebe ria muito quando conduzia o “Jornal da Hebe” ao lado da inenarrável Neide Boa Sorte. Os quadros produzidos nas atrações dessas personalidades eram de humor. Como o humor passou a ser seu moto? É mais fácil para um humorista fazer drama ou um ator dramático fazer comédia?


EM: Não. É igual! Eu sou um privilegiado sim. Graças a Deus meus trabalhos têm uma repercussão boa, mas eu não faço nada sozinho. Tudo tem parceria, tudo tem equipe pra mim. Da pessoa que faz o figurino ao maquiador, do cara que faz a luz ao roteirista, todos são mega importantes pro resultado do trabalho. E eu vou surfando com o que vai aparecendo. O improviso é minha grande arma e eu devo isso a Louise Cardoso que no Tablado me deu aulas fantásticas de teatro.
Eu amo quando a Neide faz a HEBE dar aquelas gargalhadas que só ela sabe dar! Não existe prêmio melhor!


FB: Um dos principais personagens estrelados por você é a Neide Boa sorte, personagem que saiu da televisão para os palcos de todo o Brasil. A Neide é uma psicóloga que trata dos assuntos do cotidiano com a naturalidade e a perspicácia da visão feminina. Como surgiu a ideia de criar o humorístico “I Love Neide”, visto por mais de 50 mil pessoas em todo o país?

EM: Pura sorte! ahahaha! Eu fui tirado do programa da Galisteu que eu amava fazer e fiquei sem nada. Na semana seguinte já tinha uma dentadura, comprei uma peruca com a Isa (que sempre me ajuda na escolha – tenho mais de 58 perucas) e tive a oportunidade de fazer uma brincadeira com a HEBE. Deu certo! rsrs


FB: Eduardo, quais os seus projetos que estão em andamento e quais os planos para este ano?

EM: Voltar com a peça “O FIHO DA MÃE” e já começar a produzir “I LOVE NEIDE 2 – uma viagem pelo mundo”. Muito engraçado.  Mas eu ainda não posso contar o que é.



FB: Questionamentos rápidos para respostas breves:

Prefere fazer teatro ou televisão? Prefiro trabalhar.
Maior qualidade: generosidade.
Maior Defeito: acreditar em todo mundo.
O que te atrai: gente honesta e sincera cheia de histórias pra contar.
O que te deixa com raiva: falta de educação.
Comida preferida: carne louca que minha mãe faz. A dona Norma arrasa.
Eu já quebrei sem querer...: vários pratos numa loja de coisa pra casa na Alemanha.
Meu cantinho preferido: meu camarim.
Tenho saudades dos: meus amigos que se foram. Lauro Corona, Ricardo de Almeida, Miguel Magno, queria trabalhar com eles!!!

O local onde estou respondendo a esta entrevista enorme é (risos): a minha casa. Local onde eu amo estar. Minha casa é o meu reflexo, por isso cuido muito dela. Cuido muito pra eu não achar que sou, mas ter a certeza de que estou...


FB: Eduardo Martini, mais uma vez quero te agradecer pela disponibilidade em conversar um tiquinho conosco do Blog Estrogonofis. O nosso slogan é: Tudo que é massa vira notícia. E você é mais do que massa, você é o que há de mais talentoso e mais profissional em nosso país! Desejamos a você toda sorte do mundo em seus objetivos, dos mais simples aos mais ousados. Que seus sonhos se tornem reais e que suas conquistas sejam alcançadas com louvor. Estamos a disposição para divulgação dos seus trabalhos viu!

EM: Eu que agradeço a oportunidade de falar um pouco mais do meu trabalho. Eu sou igual a todos... cheio de defeitos e qualidades, mas se meu trabalho chama atenção de alguém eu fico bem feliz e agradecido!


FB: Deus continue te abençoando imensamente!

EM: A todos nós!!! Amém.


            Para quem quiser entrar em contato com o Eduardo Martini é só seguí-lo no twitter: @EduMartini ou através do Facebook: facebook.com/edumartini


Por: Fábio do Bú.


REGISTRO: A cada dia que se passa eu comprovo, através de experiências, que a humildade é o segredo do sucesso! E o Eduardo Martini é um dos maiores exemplos disso, eu já o admirava pela sua arte, agora o admiro muito mais pela sua atenção e carinho com seus fãs. Quando entrei em contato com o Edu não imaginava que receberia uma resposta imediata, ele tem muitos afazeres e está se recuperando de uma cirurgia no joelho. Mandei a proposta da entrevista na fé! E isso foi suficiente. Recebi o aval pra fazer a entrevista e prontamente ele respondeu. O mais magnífico de tudo isso é que ele respondeu com um imenso carinho, é perceptível em suas palavras a atenção e a confiança depositada no Blog Estrogonofis! Ele havia me perguntado se a entrevista seria respondida por e-mail ou telefone, para então marcarmos. Quando eu li a palavra telefone tremi na base, porque seria a grande oportunidade de falar com um cara fantástico, mas confesso que fiquei tão nervoso que não consegui (risos).
            Espero ter a oportunidade de um dia falar com o Eduardo, ou melhor, conhecê-lo pessoalmente! Pra quem adora comunicação, assim como eu, deve estar entendendo o que estou sentindo. Sei que conquistar a confiança do público e trazê-los pra si através de seus talentos não é nada fácil, mas através do Eduardo aprendi que é possível conquistar isso, sendo humilde!
Para encerrar esse registro, gostaria de compartilhar essa bela frase, que transmite o que sinto: "A persistência é o caminho do êxito." - Charles Chaplin
            Mais uma vez muito obrigado Edu! 

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