quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tempo ao tempo...


            É inútil pra mim admitir que não estou dependente de você. Assim que acordo as lembranças de nossas conversas até tarde vêm à mente se tornando o meu bom-dia. Reluto em te deixar partir sem antes me abraçar e dizer que me quer bem. Pena que só restam lembranças.
Dei provas do quanto gosto de você, mas parece que nenhumas delas foram suficientes para que você acreditasse. E, mesmo não acreditando, você com jeito sagaz de me entorpecer beijava a minha nuca e me fazia arrepiar. Calava-me e permitia-me sentir cada sensação.
O dia passa e a noite se apresenta formosa... Ao caminhar com os pés descalços na areia da praia olho para o horizonte e percebo o quanto a lua está cheia e exorbitantemente incrível. Mesmo inebriada pelas nuvens, ela cobria toda imensidão do mar. Cada onda refletia um brilho indecifrável, assim como o do teu olhar.
Tenho que me contentar apenas com esse brilho primeiro, já que você insiste no erro de me fazer sofrer a troco de nada. Isso cansa sabia? A sua inércia me condiciona ao desprezo, o paladar da derradeira degustação já não traz o despertar de novidade.
Quero mais...
Quero ser feliz fazendo quem amo estar feliz também. Quero me encontrar comigo diante do espelho e dizer: “Caramba, eu tenho o que me completa ao lado de quem me completa!” Quero ser mais do que hoje e menos que amanhã e, se preciso for te manter distante, assim o farei. Triste, mas o farei. Darei tempo ao tempo.
O tempo sara todo mal, o tempo cura toda dor, o tempo faz o alvorecer ter sentido. Continuo dependente de você, meu vício maior, mas não farei com que esse vício domine meu ser, me tornando fraco diante de você. Para que isso aconteça, andarei ao mesmo passo do meu amigo tempo, ele sim saberá me guiar para mais perto ou mais longe de você.

Por: Fábio do Bú.

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