sexta-feira, 4 de março de 2011

Verde


Verde é a cor que me faz perder as estribeiras. Verde é a cor que realça o meu fim de tarde. Verde é a cor que espreme e imprime verdade que sae pelos meus poros, ela sai junto com meu suor e o meu desejo em te ter só pra mim.
Ouço o tilintar das correntes, que pesam mais que meu peso. Quando olho para baixo percebo que as correntes estão presas aos meus pés, pois estou preso e sou refém do teu amor. Não me sinto mal, até gosto de sofrer por amor. Se amar for sofrer, quero morrer sofrendo, desde que seja ao seu lado.
Você me maltrata. Com seu chicote de desprezo aumenta o meu desejo de me render aos seus pés e te chamar de minha ama, a quem devo meu vigor, a quem devo meu prazer. Faz comigo o que ninguém teria coragem de fazer. Pisa sobre esse coração que só bate em razão do teu querer.
Torna meu verde mais azul, torna meu céu nublado em tom de esmeralda. Faz com que haja cactos por onde passar, pois eles tazem consigo a água que sacia a minha sede por ti. Mesmo que me furem e tirem sangue de mim através de seus espinhos, consumam o que me consome, que é o fervor do teu beijo.
Faz com que meu verde seja mais branco, me traz a paz. Quero acariciar sem medo de ser mordido e envenenado pelo seu encanto. Já me rendi, não há mais pranto. Não há pranto e nem volta, quero apenas bater na sua porta e dizer: Meu tom de verde preferido!

Por: Fábio do Bú.

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